sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Não é hora, não agora
Não é hora. Sei que já faz algum tempo que o fim chegou, mas não é o momento para um novo começo. Não, não é que ainda gosto dele. É que ainda gosto do que fomos. Da exceção que fomos. Era assim que a gente se chamava: exceção. Mas talvez fôssemos mesmo é “substitutos”, como naquele filme, Tudo acontece em ElizabethTown. Então, é o que eu disse, ainda não é hora. Porque não vejo claramente os meus erros. Mas já evoluí muito, consegui ver os acertos dele. Na verdade tenho medo de ver essa relação que passou com olhos de quem conhece ele, mais do que conheço a mim mesma. Tenho medo de olhar pra trás e descobrir um amor torto, mas verdadeiro.
Tenho medo de que eu é quem tenha feito sofrer, porque não sofri. E no fim sempre alguém sofre. Tenho medo de ter destruído sonhos puros que ele tinha, tenho medo que ele não entenda que eu precisava mais, e que eu queria mais dele, não de outro. Tenho medo de olhar pra trás e querer aquilo tudo de volta, mesmo as brigas mais ridículas. Tenho medo de tentar recordar demais a verdade, e lembrar o cheiro dele, a voz dele, o sorriso dele. Tenho medo de descobrir o amor, quando eu achei que ele nem tinha existido. Eu fico agindo assim sabe? Como quem está bem, e às vezes estou mesmo, mas nem sempre. Enquanto numa mesa qualquer eu e meus amigos rimos, eu imagino que ele nunca estaria ali comigo, ficaria sempre uma presença ausente. Mas aí eu vou pra casa, e não tenho para quem dizer: já cheguei, dorme bem. Te amo. Não se pode ter tudo na vida alguém me diz. E eu pergunto: Mas e amor e liberdade é possível?
Eu enganei. Eu disse no início que eu queria liberdade, mas depois queria me prender nos braços dele. Eu tenho medo, porque agora é exatamente o que eu quero de novo, um amor livre. E se eu começar algo e depois perceber que quero me prender de novo? É, você tem razão, eu sou muito confusa. Não sei o que quero, quem quero, como quero. Por isso que eu digo: Não é a hora. Qualquer pessoa que aparecer agora – porque sempre aparece – não vai ser boa. Porque eu não estou boa. Não tenho disposição pra isso de esperar alguém ligar, a janelinha da pessoa subir na tela do computador, um sms doce no meio da tarde. Não tenho disposição para tentar encontrar horários, descobrir um lugar bom pros dois. Eu quero mesmo é ficar em casa, curtir um filme, aproveitar meu novo edredon. É verão, eu sei, mas não consigo dormir sem edredon! Viu, só? Além de tudo, inteligente, divertido, que me acompanhe aos domingos, ele ainda tem que dormir de edredon no verão. Mais complicado impossível. Ah! Se esse alguém não existir, tudo bem. Às vezes penso mesmo que não conseguiria dividir a vida com ninguém. Ela sempre foi só minha. Pode aparecer, e pode não aparecer. Mas eu ficaria feliz se eu soubesse exatamente o que eu quero, já evitaria possíveis dores e enganos.
É que ainda não é a hora mesmo. Eu vez enquando acordo pensando que amor não existe. Só é amor mesmo de mãe e filho, nem no de pai eu acredito muito. Mas também tem outros dias que eu acordo achando que tudo exala amor. O abraço do amigo, o sms da amiga, o e-mail da ex-professora. Mas é especialmente por um motivo: eu não sei o que é amor. Eu?!
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adoro essa imagem.
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