terça-feira, 29 de maio de 2012

Conto contigo.



Parece exagero, mas é que você, poxa vida, só você conseguiu pular o muro de dificuldades que levantei em volta de mim quando as palavras dor, saudade, ausência, falta e despedida fizeram de mim uma menina de lata. Você e seus cabelos escuros e sempre meio ensebados de vir da rua, seu abraço com cheiro de confiança e seus sorrisos nada comerciais. Eu, menina com os pés no chão e sem teto, acabei de decidir que vou levar um choque térmico, atravessando bruscamente pro lado quente da calçada. Conto contigo. Então, ficaí.

sábado, 26 de maio de 2012

Cansa mesmo.



Tô cansada de correr atrás de quem não sente a minha falta, quero só coisas boas apartir de agora, não que eu não tenha desejado antes, mas eu queria que você estivesse ao meu lado, a gente nunca imagina o que  pode contecer, até que acontece não é? Vou me desepegar, parar de mandar mensagen, sabe aquelas mensagens que eu mandava perguntando se você estava bem? é por que eu me segurava pra mandar: " EI, EU EXISTO E SINTO A SUA FALTA, PQ VOCÊ NÃO SENTE O MESMO?" as pessoas pregam que o perdão é divino, mas essas que mais falam é que não sabem perdoar, porque você diz que esta tudo bem quando não está? porque não fala logo tudo que sente? hein? você só está enganando a si mesma, e quer saber de uma coisa? AMIZADE não se faz só com uma pessoa, não basta eu estar me matando de tentar e a outra nem ligando, pra mim ja deu, vou superar o vicio de falar sobre, stalkear, mensagens entre outras, porque só eu faço tudo e eu tô cansada.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

É uma das verdades.


Você aceita a vida, porque é o que a gente acaba fazendo para não se matar ou não matar todos os imbecis que escutam você reclamar horas sem fim das incertezas do mundo e respondem sem maiores profundidades: Relaxa!  

- Tati Bernardi

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Bem lá no fundo...


 
Às vezes me lembro dele. sem rancor, sem saudade, sem tristeza. sem nenhum sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo passou. nunca mais o vi, depois que foi embora. nunca nos escrevemos. não havia mesmo o que dizer. ou havia? ah, como não sei responder as minhas próprias perguntas! É possível que, no fundo, sempre restem algumas coisas para serem ditas, é possível também que o afastamento total só aconteça quando não mais restam essas coisas e a gente continua a buscar, a investigar — e principalmente a fingir. fingir que encontra. acho que, se tornasse a vê-lo, custaria a reconhecê-lo.

(Caio Fernando Abreu)

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Pura mágica..

 

É fácil amar o outro na mesa de bar, quando o papo é leve, o riso é farto, e o chope é gelado. É fácil amar o outro nas férias de verão, no churrasco de domingo, nas festas agendadas no calendário do de vez em quando. Difícil é amar quando o outro desaba. Quando não acredita em mais nada. E entende tudo errado. E paralisa. E se vitimiza. E perde o charme. O prazo. A identidade. A coerência. O rebolado. Difícil amar quando o outro fica cada vez mais diferente do que habitualmente ele se mostra ou mais parecido com alguém que não aceitamos que ele esteja. Difícil é permanecer ao seu lado quando parece que todos já foram embora. Quando as cortinas se abrem e ele não vê mais ninguém na plateia. Quando o seu pedido de ajuda, verbalizado ou não, exige que a gente saia do nosso egoísmo, do nosso sossego, da nossa rigidez, do nosso faz-de-conta, para caminhar humanamente ao seu encontro. Difícil é amar quem não está se amando. Mas esse talvez seja, sim, o tempo em que o outro mais precisa se sentir amado. Eu não acredito na existência de botões, alavancas, recursos afins, que façam as dores mais abissais desaparecerem, nos tempos mais devastadores, por pura mágica. Mas eu acredito na fé, na vontade essencial de transformação, no gesto aliado à vontade, e, especialmente, no amor que recebemos, nas temporadas difíceis, de quem não desiste da gente.

Ana Jácomo.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Se eu pudesse me resumir

 

Sou composta por urgências, minhas alegrias são intensas, minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos. Eu caminho, desequilibrada, em cima de uma linha tênue entre a lucidez e a loucura. Eu gosto de ter amigos, porque preciso de ajuda pra sentir, embora quem se relacione comigo saiba que é por conta-própria e auto-risco. O que tenho de mais obscuro, é o que me ilumina. E a minha lucidez é que é perigosa … Se eu pudesse me resumir, diria que sou irremediável!

domingo, 13 de maio de 2012

Eu sei que não o amo.

 

Eu sei que não o amo, mas a vida age como se eu o amasse realmente. Como fazer, então? Eu quero dizer tchau-vai-com-Deus-e-não-voltes-mais, mas acabo por dizer fica-que-Deus-cuidará-de-nós-dois. Complicada essa vida! Eu sei que não o amo. Não, mesmo. Ele é mais ou menos. Nem sim, nem não. Para mim ele diz que sim, mas para ele eu digo que não. Num dia, eu quero com todas as minhas forças, viver ao lado dele até morrer. Noutro dia, eu quero com toda a minha arrogância, que ele vá para bem longe. Isso não é amor. Eu li que amor é querer ficar sempre. E eu quero ir embora mais vezes, do que as que quero ficar. Só que eu não sei ir embora, sem que a saudade vá atrás. Eu posso até não chorar com vontade – chorar mesmo. Mas eu acabo por sentir vontade que uma lagrimazinha caia. Só que eu não amo. Talvez não saiba amar, assim, de verdade. Ou talvez tenha esquecido, depois de tantas dores.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Um rascunho




Sou um rascunho mal escrito, mal terminado e, também, mal começado. Um daqueles rascunhos que ficam nas últimas folhas esquecidas, na verdade, posso ser o rascunho do rascunho. Escrito as pressas, ou por má vontade. Saindo das linhas e errando a pontuação. Um rascunho que ninguém tem vontade de ler ou de terminar pra realmente ser uma coisa boa. Um rascunho que não tem nexo, não tem meio nem fim. Um rascunho mal escrito, mal acabado, mal começado, mal usado."

     — Isabela Bastos

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Mas e eu?







"Minha lâmpada de cabeceira está estragada. Não sei o que é, não entendo dessas coisas. Ela acende e, sem a gente esperar, apaga. Depois acende de novo, para em seguida tornar a apagar. Me sinto igual a ela: também só acendo de vez em quando, sem ninguém esperar, sem motivo aparente. Para a lâmpada pode-se chamar um eletricista. Ele dará um jeito, mexerá nos fios e em breve ela voltará a ser normal, previsível. Mas e eu? Quem desvendará meu interior para consertar meus defeitos?"

     — Caio Fernando Abreu 

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Inconstante..




"Sou como uma incógnita. Tem dias que está tudo bem. Já em outros, tá tudo na merda. Tem dias que minha vontade é sair por aí fazendo todo mundo dar risada e também tem dias que a minha vontade é ficar trancado dentro de casa deitado na cama, ouvindo minhas músicas e encarando o teto. Sei lá, enquanto eu não consigo manter um padrão, cada dia é diferente. Tenho é dó de quem tem que conviver comigo."

 — Arthur Macedo 

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Tudo errado.




Porque eu tô ainda muito inseguro de mim mesmo, e não acreditando absolutamente que alguém possa me curtir bem assim como eu sou. Eu não tenho quase experiência dessas transações, me enrolo todo, faço tudo errado — acabo me sentindo confuso. Tudo isso é tão íntimo, e eu já estou tão desacostumado de me contar inteiramente a alguém, tão desacreditando na capacidade de compreensão do outro, sei lá, não é nada disso, sabe? Conviver é difícil — as pessoas são dificeis — viver é dificil.

― Caio Fernando Abreu.