sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Queira entender..



Te vejo passar por mim e minha maior vontade é te puxar pra perto. Mas não olho.
Nem você. Fingimos que não sabemos da existência um do outro. Porém, mesmo sem olhar, conto os teus
passos e quase posso sentir sua respiração. O silêncio entre a gente é gritante.
Me pergunto o que houve de errado. Eu sei, eu sempre botei a culpa em você, mas nunca foi somente sua culpa. Eu errei demais também, e agora é tão tarde pra me desculpar.
Mas, em que momento chegamos nisso? Digo, de você passar e nem sequer poder chamar por você e falar casualmente. Erramos tudo antigamente, hoje não podemos mais olhar um para o outro. E eu sinto um aperto enorme no coração só de imaginar você seguindo em frente. Eu sei, eu sei, você já seguiu e eu também, mas é duro imaginar. Minha vontade é de gritar " Sabe a blusa  que ele ta usando? ele usa o tempo todo porque uma vez eu elogiei." Sabe o cabelo? eu que impliquei com aquele corte estranho que ele fazia até ele cortar assim. Sabe a piada? fui que contei. Eu era a primeira pessoa da lista de contato dele, e você não o conhece.
Não como eu conheço. Não sabe as manias e não vai aprender a lidar com os defeitos dele como eu lidei. Que raiva. Às vezes me dá uma vontade louca de te ligar e voltar no tempo por alguns instantes. Só pra saber se você se cuida sem mim. Só pra você me contar sobre o seu dia e eu brigar com você na parte que você fala de alguma garota legal. Eu sinto falta de nós dois, só pra constar. Sinto falta do tempo que eu te ligava de madrugada pra chorar e fazer drama e você sempre me fazia sorrir. E eu acho que nós poderíamos ter dado certo, se quiséssemos [...] Deixo a máscara cair e me permito olhar para você só um pouquinho.  Você me olha também. E o nó na garganta só aumenta. Quase dois segundos depois, a gente se recompõe e volta a tentar ignorar a presença um do outro, descruzado o olhar. E eu, mentalmente, torcendo para que um dia possa descruzar minha vida da sua.

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