domingo, 13 de maio de 2012

Eu sei que não o amo.

 

Eu sei que não o amo, mas a vida age como se eu o amasse realmente. Como fazer, então? Eu quero dizer tchau-vai-com-Deus-e-não-voltes-mais, mas acabo por dizer fica-que-Deus-cuidará-de-nós-dois. Complicada essa vida! Eu sei que não o amo. Não, mesmo. Ele é mais ou menos. Nem sim, nem não. Para mim ele diz que sim, mas para ele eu digo que não. Num dia, eu quero com todas as minhas forças, viver ao lado dele até morrer. Noutro dia, eu quero com toda a minha arrogância, que ele vá para bem longe. Isso não é amor. Eu li que amor é querer ficar sempre. E eu quero ir embora mais vezes, do que as que quero ficar. Só que eu não sei ir embora, sem que a saudade vá atrás. Eu posso até não chorar com vontade – chorar mesmo. Mas eu acabo por sentir vontade que uma lagrimazinha caia. Só que eu não amo. Talvez não saiba amar, assim, de verdade. Ou talvez tenha esquecido, depois de tantas dores.

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