Às vezes me lembro dele. sem rancor, sem saudade, sem
tristeza. sem nenhum sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo
passou. nunca mais o vi, depois que foi embora. nunca nos escrevemos. não havia
mesmo o que dizer. ou havia? ah, como não sei
responder as minhas próprias perguntas! É possível que, no fundo, sempre restem
algumas coisas para serem ditas, é possível também
que o afastamento total só aconteça quando não mais restam essas coisas e a
gente continua a buscar, a investigar — e
principalmente a fingir. fingir que encontra. acho que, se tornasse a vê-lo,
custaria a reconhecê-lo.
(Caio Fernando Abreu)
Nada melhor para curar um amor antigo do que um novo amor. :)
ResponderExcluirBeijos