quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Vida...




Havia decidido não esboçar um punhado de palavras nesse fim de ano, me via sem elas, num vazio que preenche, contraditoriamente oca. Mas às seis e tantas me veio aquela sensação de calmaria. Não a usual euforia pelo ano que se inicia, mas a sensação de estar, finalmente, com ambos os pés fincados no chão. Ao contrário do que me parecia, não é uma sensação completamente boa essa de ver as coisas com olhos de quem não espera nada. Ser realista nos tira o fôlego de viver, põe fim em história que sequer teve a chance de começar. Mas não, não agora. Nesse momento desejo, acima do asfalto que marca meus pés, eu desejo. Vida, eu desejo vida. Que vivamos sem medo, que amemos, que nos permitamos sentir. Porque sentir é bonito e amar é o ápice de transbordar. Porque é cansativo doer de tanto pensar e criar muros por medo da vida. Desejo que tenhamos coragem de viver, que a marca no calendário seja uma oportunidade de recomeço. Todo dia é dia de renascer, toda madrugada pode ser uma utopia. Espero sentir coragem, mesmo sem a superstição. Desejo coisas bonitas, pra você e pra mim. Para quem se permitir acreditar, para quem se permitir e só. Desejo que nos bastemos, afinal. 
G.

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